

EC AR
Exposição Digital
Ecos da quarentena
Muitas iniciativas artísticas já estão sendo transferidas para o espaço virtual. - Esta é uma situação extremamente inovadora, porque uma revolução está realmente acontecendo diante de nossos olhos -
É pior do que a maldição chinesa: vivemos tempos interessantes, tempos online.
O coronavírus associado à habitação e ao fechamento de instituições culturais (e de todos os lugares onde não se pode comprar sêmolas...) forçou mudanças na oferta de arte e na participação nela.
A pandemia não pergunta se pode estourar, a pandemia apenas estourou e explodiu o mundo existente.
Felizmente, a arte, como sempre, permite que você sobreviva melhor a um período difícil (quase como o chocolate).
A arte da quarentena é um fenômeno inovador, com versões lúdicas, famosas, anônimas ou de artistas contemporâneos. Ela assume tantas formas visíveis e sensoriais que é improvável conseguir mixar em um momento tudo isso.
Por isso nessa mostra vamos falar um pouco do vazio e do silêncio. Cada artista que participa da exposição, apresenta seu "detector de ausências"... como o menino que carregava agua na peneira do maior inventor de simbolismos profundos e portáteis.
"Nossas Iluminuras."
Ele fazia imagens num passe de mágica.
Essa mostra é em sua homenagem.
Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.
Manoel de Barros BARROS, M. Ensaios fotográficos. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.
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BELOW
THE
FOLD
O "recorte" ABAIXO DA DOBRA foi pensado a partir das obras que fazem parte da produção contemporânea do Coletivo Vestigium.
O espírito do lugar é o mapa.
O repertório dos artistas, repleto de significados, confere à mostra um caráter dinâmico e uma identidade plural.
A exposição é essa digital dos lugares tangíveis e dos que pairam sobre nossos desejos e sentidos.
Essa “aldeia mundo”, em fortaleza, convida os interessados em arte para conhecer e compartilhar as impressões pessoais e memórias dos artistas do VESTIGIUM, que se revelam nas obras e se desdobram a cada nova ideia.
VESTIGIUM
Art Gallery



Do Coletivo
A Carvalhedo Alberto Marques Alessandro Jucá Betocello
Claudio Viriato Helena de Vasconcelos Humberto de Araujo
Ivo Sousa Kika Freitas João Holanda Lilly Suraty Luziara de Monticello
Raimundo Netto Renata Holanda Rosângela Pinguelli
Silânia Cavalcante Sílvia Pinheiro Sumé Terry Araujo Tito Flávio
EC AR

Convidados
Aderson Medeiros
D Barros
Jens Beutlher
Lia Demétrio
Talíne Procópio
Convidamos para nossa segunda mostra virtual. Vídeo/ Catálogo
Disponível também em nossas redes socias.
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Convite Abaixo da Dobra ECOAR para divulgação e download
ECOS DA QUARENTENA
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O grupo Vestigium busca um caminho onde o respeito e a valorização do artista sejam preponderantes. A partir desse ideal, surge uma espécie de alquimia de idéias que se transformam numa trama de conhecimentos e sensações, tendo a arte como elemento catalisador entre todos.
A integração destes artistas ao Vestigium nestra mostra (e em otras que virão) tem como objetivo acolher múltiplas manifestações culturais, articular-se com movimentos que impulsionem o pensar, o olhar, o sentir, desdobrando suas atividades intra e extramuros. Onde o que se almeja é simplesmente transformar a atmosfera que envolve o expectador, tocá-lo, forjando nele marcas indeléveis.
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